segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

#007# - Médico, ano 3. Primeiro carro zero. Passei para a prova de residência.

 Caros amigos, 


                         Meu terceiro ano pós-formatura começou com um novo emprego, em outra cidade. Dessa vez, tratava-se de uma cidade com cerca de 60 mil habitantes ( a maior até então), litorânea, e próxima a uma das maiores belezas naturais do Brasil. Para muitos, o paraíso na terra. Para mim, apenas um lugar para ganhar o pão de cada dia. 

                            Eu sou um cara que detesta sol, calor e luminosidade, tudo que havia em abundância lá. Aluguei uma casa vagabunda, quente, com ratos passeando pelo telhado...a questão é que vários profissionais de saúde (médicos, dentistas, farmacêuticos, enfermeiros, técnicos de enfermagem) mudaram para o município ao mesmo tempo, para assumirem as vagas, e as opções de moradia escassearam e encareceram bastante.    


Paraíso na Terra para a maioria




Paraíso na Terra, minha versão (faltou o ar-condicionado)

                     Fui o primeiro colocado no concurso para médico dessa cidade, e com isso, tive direito à escolha do meu local de trabalho, bem próximo à sede do município. Dois fins de semana por mês, ainda dava plantões no município anterior, como forma de complementar a renda. Concluí a pós-graduação à qual me referi no post anterior, frequentava um curso para me preparar para a prova de residência. Peguei algumas locais (se é que vocês me entendem) -  teve até barraco na porta da minha casa, pois tive que fingir que não estava em casa quando uma apareceu e eu estava com outra....

                        No início deste ano, troquei de carro e comprei meu primeiro zero-quilômetro, do mesmo modelo, mas com motor 1.4 e "kit dignidade": ar, direção hidráulica, vidros elétricos, air-bag de motorista. Este item passou a ser muito importante para mim, considerando que foram várias as vezes nas quais cochilei na estrada. Hoje tenho a convicção de que, se ainda estivesse "nessa vida", já teria partido para a melhor, em alguma curva da estrada.

                           

      

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                                  A compra do carro me rendeu um episódio pitoresco....

                           Eu só tinha um fim de semana pra resolver isso, na capital. Pesquisei em algumas concessionárias se havia o modelo com os opcionais que eu desejava, e fui direto na única que o tinha para pronta-entrega. Conheci o veículo, me apaixonei, mas fiz cara de desdém, lancei uma proposta  abaixo do solicitado e, diante da negativa do vendedor, fui embora. Mas não para casa. Comprei uma coca-cola de dois litros na padaria da esquina, parei o carro e fiquei esperando ele me ligar dizendo que aceitaria o valor oferecido.  O resultado? Bebi os dois litros da coca-cola e nada......  voltei com o rabo abanando e comprei o carro assim mesmo. 


 


Vendedor 1 x 0 consumidor 


                                 Não me arrependi. Meu carrinho me trouxe muita alegria. Econômico, bonito, confortável para os meus padrões até então. Valeu a pena. A propósito, como é fácil se acostumar com coisa boa.... hoje consideraria o mesmo carrinho pequeno, sua direção hidráulica dura (já que as atuais são elétricas), câmbio desconfortável (já que meu carro agora tem câmbio automático), e por aí vai.... 

                           

                    Meu carro de hoje, se comparado ao primeiro... nem por isso sou mais feliz

 

                                        Por volta de dezembro, recebi a notícia de que havia passado no concurso de residência médica em outra cidade, de uma importante cidade de outra região do país. Seria a oportunidade ideal de me juntar à minha então namorada, que fazia pós-graduação lá. Mais detalhes no próximo post. 

                                    Em doze meses naquela cidade, nunca fui sequer à praia, e nem conheci a referida atração turística que ficava a alguns quilômetros de distância - e que muita gente economizaria anos para estar lá. 

                                          

                                      Assim terminei o ano de 2006:






                                Até então, eu me sentia uma estrela em ascensão. Mas calma, tudo vai piorar! 


               



5 comentários:

  1. Acompanhando por aqui!! Boas estórias de vidas as suas, 40.

    No que tange ao financeiro, de qualquer forma, ser médico parece ter sido muito bom nessa época (Acredito que ainda seja, hoje). Altos aportes e você nem tinha ainda feito residência médica ou especialização, seria como o graduado de uma faculdade normal.
    Acho que dificilmente é possível atingir esse patamar de salário exercendo a própria profissão tão cedo (digo isso pois têm alguns trainees que pagam uma bolada, mas o trabalho não têm muito a ver com a formação da maioria dos caras que aplicam)
    Abraços!!

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    Respostas
    1. Quando digo difícil de atingir me refiro as outras profissões (engenheiros, arquitetos, matemáticos, advogados, etc...)

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  2. Olá Matheus,
    Creio que a situação hoje não seja tão confortável para recém-formados em medicina, uma vez que o número de faculdades disparou desde então. Não irei, de forma alguma, estimular nenhum dos meus filhos a seguir a profissão, salvo inclinação pessoal por parte deles.

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  3. Fala 40invest!
    Muito legal ver outro médico na blogosfera de investimentos.
    Qual foi a residência que o colega passou ?
    Abraço

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  4. Melhor não falar.... isso poderia me expor.....

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