sábado, 11 de dezembro de 2021

#006# - Médico, ano 2

     Caros amigos, 


                          Após a deccepção no meu primeiro emprego, quando recebi um calote da prefeitura local, não me restou outra alternativa a não ser partir. Dessa vez, a cidade escolhida foi uma ainda menor, com população entre 5 e 10 mil habitantes. Tal como no primeiro emprego, seria responsável por uma equipe do Programa Saúde da Família e daria plantões no hospital local. 

                          Financeiramente, não havia do que me queixar - o salário era o mesmo, e teria maior disponibilidades de plantões. A cidade era bem tranquila e acolhedora. O prefeito e secretário de saúde pareciam dispostos a fazer um bom trabalho. Recebemos premiações (nada financeiro) por termos atingidos várias metas de saúde pública. 

                 Nos primeiros meses, morei em quarto no próprio hospital, até que a prefeitura disponibilizasse uma casa para os profissionais de saúde, e para a qual eu me mudei posteriormente. Nessa casa, tinha que aturar os galos do vizinho cantando cinco horas da manhã.. que tortura, meu Deus!







                          O plano era o mesmo: continuar acumulando algum patrimônio para, posteriormente, cursar a residência médica. Como os plantões eram tranquilos, aproveitava para estudar ao longo da noite. Também foi um período no qual concluí uma especialização em Saúde da Família, na universidade mais próxima. Este também foi o ano do noivado. 

                         Foi aí que tive contato com uma entidade pitoresca das cidades pequena: o "vereador". 

                         Para que você entenda melhor, assista a este video abaixo:




                                       "Vereador do Interior" - quanto menor a cidade, maior ele se acha"...


                             Em resumo, trabalhar em cidade pequena é quase certeza de sofrer algum tipo de ingerência política. O que ocorre com frequência é que o vereador utiliza-se do cargo para conseguir pequenas vantagens: agilizar um exame, passar na frente da fila de consultas, pedir atestado para parente, receita de medicação controlada...... Em até que me considero uma pessoa razoável, mas não foram poucas as ocasiões nas quais o sangue subiu à cabeça. Uma delas foi com uma técnica de enfermagem , irmã de um suplente de vereador, folgada pra caramba, que levava vários parentes para se consultarem fora do horário de consultas eletivas  (durante os plantões) se utilizando dessa "prerrogativa". Até me lembrei de um trecho da música do cantor brega Falcão, que para descrever como sua família era ilustre, escreveu:


 O Amor que Antes de Ser já Era


Por detrás daquela fábrica no Pirambu

Mora o dono da farmácia

E o que tem a ver com as calça?

E por falar em farmácia, eu me lembro

Da moça que morava numa casa

Poucas casas da casa onde eu morava

Ela era gordinha, magrinha, loirinha, moreninha, bonitinha, feinha

E não gostava de mim

Ela era gordinha, magrinha, loirinha, moreninha, bonitinha, feinha

E não gostava de mim

E é porque meu pai tinha um parente

Que era amigo de um soldado

Que morava em frente à casa de um vereador

E é porque meu pai tinha um parente

Que era amigo de um soldado

Que morava em frente à casa de um vereador

Mas eu vim me embora e você

Não passa de um ponto preto posto por uma mosca

No meu pensamento

E eu vim contando jumento na estrada

Pra lhe esquecer

E eu vim contando jumento na estrada

Pra lhe esquecer

Por detrás daquela fábrica no Pirambu

Mora o dono da farmácia

E o que tem a ver com as calça?

E por falar em farmácia, eu me lembro

Da moça que morava numa casa

Poucas casas da casa onde eu morava

Ela era gordinha, magrinha, loirinha, moreninha, bonitinha, feinha

E não gostava de mim

Ela era gordinha, magrinha, loirinha, moreninha, bonitinha, feinha

E não gostava de mim

E é porque meu pai tinha um parente

Que era amigo de um soldado

Que morava em frente à casa de um vereador

E é porque meu pai tinha um parente

Que era amigo de um soldado

Que morava em frente à casa de um vereador

Mas eu vim me embora e você

Não passa de um ponto preto posto por uma mosca

No meu pensamento

E eu vim contando jumento na estrada

Pra lhe esquecer

E eu vim contando jumento na estrada

Pra lhe esquecer



                        Como pode alguma mulher desprezar um rapaz de família tão ilustre ?


  

                       Mas a paciência é uma virtude, e acabei me controlando. Nesta cidade, fiquei por apenas um ano, já que prestei concurso e fui aprovado em outra cidade. 


                      RESUMO CONTÁBIL: Terminei o ano com patrimônio de R$ 166.640, assim divididos: 




                       Este é o gráfico: 


2 comentários:

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