#011# - Médico, ano 4 - Primeiro ano de residência. Casamento. Esposa que não ganha dinheiro.

    Caros amigos, 

       Seguindo a atualização de minha vida de investimentos e estudos, chegamos ao quarto ano como médico. 

       Fui aprovado para a residência médica na mesma cidade onde minha namorada já estava morando, para fazer um mestrado. Num primeiro momento, dividi um flat com ela (por curiosidade, neste mesmo flat, morava - e fazia programas - uma ex-BBB exuberante). Posteriormente, alugamos um apartamento simples, mas em área nobre (lembro que o aluguel custava R$ 850 reais mensais, e o proprietário era muito gente boa). 

       Aquele meu segundo carro veio do meu estado, em uma cegonha. Total falta de planejamento. Poderia ficado com meu carrinho velho por mais um ano, vendido por lá mesmo, e adquirido um novo aqui. 

        Nosso casamento foi marcado para seis meses depois, em nossa cidade, e a maior parte das despesas ficou por conta de minha sogra. Foi uma festa bem legal. Em nossa lua de mel, viajamos para a Europa. Foi minha única viagem ao exterior "de verdade". Ficamos duas semanas entre França, Itália e Inglaterra.

      Um detalhe que não comentei é o seguinte.... o sonho de minha namorada, e agora esposa, era ser aprovada em um determinado concurso público. Desde que ela se formou, vem com essa "ideia fixa", e nunca trabalhou de forma consistente, o que é uma das grandes razões para minhas preocupações financeiras. 

        Depois do nascimento de nossos filhos, então, esquece.... não trabalha, e nem consegue estudar. O cuidado com as crianças toma 100% do tempo. 

      Este foi o maior erro da minha vida. Deveria ter casado com uma mulher financeiramente independente. Ser o responsável por tudo me exaure. 

         Minha mulher tem muitas qualidades, é uma excelente mãe, honesta, tenho certeza que me ama.... 

        Infelizmente, não consegui mudar sua percepção da realidade. 

      Confesso que às vezes sou amargo, rancoroso. Amo minha esposa, ela tem muitas qualidades,  mas isso me tortura. 

       Com o dinheiro que ganhava na residência, mais alguns plantões, conseguia administrar razoavelmente bem as finanças, e ver os investimentos crescerem. Estudei investimentos de forma mais consistente. 

      Assim terminei o ano:

Em números absolutos

     

                                           No gráfico

                 Algumas impressões sobre a residência médica: me decepcionei com o serviço onde vim fazer residência médica, que tinha concepções, na minha humilde opinião, muito ultrapassadas. Mas não era hora de desistir. Segui firme. 

                  Fotografia 3 x 4 - Belchior.

                          

Eu me lembro muito bem/ do dia em que eu cheguei /Jovem que desce do norte pra cidade grande

Os pés cansados e feridos de andar légua tirana/ E lágrimas nos olhos de ler o Pessoa/ E de ver o verde da cana/

 Em cada esquina que eu passava, um guarda me parava / Pedia os meus documentos e depois sorria/ Examinando o três-por-quatro da fotografia/ E estranhando o nome do lugar de onde eu vinha.

Pois o que pesa no norte, pela lei da gravidade /Disso Newton já sabia, cai no sul grande cidade

São Paulo violento, corre o rio que me engana / Copacabana, Zona Norte/ E os cabarés da Lapa onde eu morei

Mesmo vivendo assim, não me esqueci de amar / Que o homem é pra mulher e o coração pra gente dar / Mas a mulher, a mulher que eu amei/ Não pode me seguir, não.

Desses casos de família e de dinheiro eu nunca entendi bem/ Veloso, o sol não é tão bonito pra quem vem do norte e vai viver na rua.

A noite fria me ensinou a amar mais o meu dia/ E pela dor eu descobri o poder da alegria

E a certeza de que tenho coisas novas/ Coisas novas pra dizer.

A minha história é, talvez/ É talvez igual a tua, jovem que desceu do norte, que no sul viveu na rua/ E que ficou desnorteado, como é comum no seu tempo/ E que ficou desapontado, como é comum no seu tempo/ E que ficou apaixonado e violento como, como você.

A minha história é, talvez/ É talvez igual a tua, jovem que desceu do norte, que no sul viveu na rua/ E que ficou desnorteado, como é comum no seu tempo/ E que ficou desapontado, como é comum no seu tempo/ E que ficou apaixonado e violento como, como você. 

Eu sou como você/ Eu sou como você/ Eu sou como você que me ouve agora/ Eu sou como você

Eu sou como você/ Eu sou como você/ Eu sou como você/ Eu sou como você/ Eu sou como você